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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

"A Mãe Natureza põe tudo no sitio" [Exclusivo]

O Mais TVI trabalha sempre para si e hoje temos uma grande entrevista para o presentear! Júlio César falou em exclusivo ao seu (nosso) blogue e as respostas, essas, vai ver agora!


Dúlio Silva: Boa noite, Júlio. Desde já o nosso muito obrigado por nos ceder esta entrevista. O seu último projeto na TVI foi a telenovela "Mar de Paixão", de Patrícia Muller. Como foi esta experiência?

Júlio César: Como todas as outras. Gratificante para quem faz e, espero, gratificante também para quem viu. Foi um trabalho apanhado a meio e mais complicado por isso mesmo. Cheguei quando já toda a equipa estava muito rodada no seu trabalho. Apanhar o ritmo foi complicado mas... está feito e conseguido, julgo eu.



DS: Nesta novela, teve a oportunidade de dar vida ao vilão Guilherme. Foi uma personagem difícil de interpretar?

JC: Um vilão dá sempre muito prazer. Ser "mau" é sempre melhor que ser "bom". Os perfis da personagem estão mais "desenhados" e acabam por ser mais provocatórios. Permitem brincar com os sentimentos de quem vê e de quem faz. Há um jogo entre o espetador e o ator. Isso agrada-me muito...



DS: Como era o ambiente nas gravações?

JC: Os ambientes são sempre bons. Estamos a lidar com colegas, gente da profissão que se estima e respeita. Quando assim é... e normalmente é... as coisas correm bem. Não conheço atritos e, se os há, passam-me ao lado.



DS: O Júlio fez também rádio e teatro. Que trabalhos prevalecem nestas duas áreas?

JC: A carreira é longa. Ando nisto há muitos anos e todas as atividades me agradam porque as escolhi. Sou militante da minha profissão, gosto dela e, seja em que área for, conta muito o trabalho e dedicação. É preciso estar na profissão de corpo inteiro. Dar o melhor de nós em cada momento e, acima de tudo, nunca pensar que se sabe tudo...



DS: Uma pergunta difícil, suponho... Contando com o cinema, são quatro as áreas em que já trabalhou. Qual prefere?

JC: O cinema é a grande paixão. No cinema há um outro ritmo. Outros tempos de trabalho e preparação. Ali faz-se a obra... o que fica... o que perdura. O cinema é eterno. Os fotogramas registam o que de melhor há na arte de representar. No teatro tudo é imediato e esfuma-se. Na televisão, tudo é apagável e vago. O cinema é!



DS: Sente-se um talento desaproveitado em Portugal, visto não estar atualmente em nenhum projeto?

JC: A pergunta deve ser feita a quem manda nos projetos. Sou um ator disponível e sabem onde me encontrar...



DS: Como vê a nova geração de atores em Portugal? Partilha da opinião de que o futuro da representação está bem entregue?

JC: Há gente com talento e gente que não é disto. O tempo resolve tudo. Quem for da profissão ficará. Quem não for... sairá sem se dar muito por isso. Costumo dizer que a Mãe Natureza põe tudo no sítio.



DS: Portugal inteiro sofre atualmente problemas económicos graves. Qual é a sua opinião sobre esta crise que vivemos?

JC: Há uma crise "inventada" e que serve interesses vários. O "aproveitamento" que se tem feito e fará da crise serve a muita gente. Há uma crise de caráter, isso sim. Uma crise de seriedade e amor pelo que fazemos. Há muita gente que, a pretexto da crise, se anda a governar muito bem. A Mãe Natureza porá tudo no sítio...



DS: Já sente a crise? Em que sentido(s)?

JC: A crise sente-se. Sempre vivi nela mas sem grandes sobressaltos. Nunca dei passos maiores do que as pernas e isso permite-me "caminhar" sem grandes quedas...



DS: A quadra festiva mais acarinhada pelo povo português e pelo mundo inteiro está a chegar... Como vai ser o seu Natal?

JC: Já vivi vários Natais. Tudo se repete com mais ou menos luzes. Com mais ou menos votos e mensagens de amor. O natal é uma romagem. A cremação vem no dia seguinte...



DS: E o seu ano novo, como será?

JC: Não faço a minima ideia. Um ano novo será com certeza. Já aprendi a não fazer planos nem comer passas à meia-noite. Tudo se repetirá, como habitualmente, com todas as coisas novas que lhe quisermos acrescentar. Vale a pena acrescentar sempre algo de novo ao ano novo. Se assim for estaremos a contribuir com algo mais para o bocadinho de diferença que todos desejamos. Venha o ano e a vontade de acrescentar...



DS: O que pediu ao Pai Natal de presentes?

JC: Nada. O pai natal está velhote. Se tivesse de pedir algo, pediria ao bisneto do pai natal. Este já foi...



DS: Desejos para 2012? Existem?

JC: Estou por cá e com uma grande vontade de continuar...



DS: E projetos? Há algum "na manga"?

JC: Nada na mão, nada na manga. Tudo claro, límpido e lúcido. Venha vida, vontade, trabalho... e, acima de tudo, saude para respirar novos projetos.



DS: Convido-o agora a deixar algumas palavras aos leitores do Mais TVI.

JC: Que estejam atentos. Ler, ver, entender, participar e, acima de tudo, lutar pela dignidade da pessoa humana e pela liberdade. A responsabilidade de um espetador faz dele um exigente programador. Na exigência de cada um estará com certeza uma televisão melhor. Boas Festas e um Ano Bom.



Júlio, o meu grande obrigado pela entrevista! Feliz Natal e boas entradas!
Quanto a si, caro leitor, espero que tenha gostado desta conversa muito especial com o ator Júlio César. Bom Natal!

Dúlio Silva :)