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domingo, 18 de abril de 2010

ESTREIA

Sinopse:
Inês é uma jovem de 25 anos que tem na escola Secundária da Torre a sua primeira oportunidade de exercer a sua profissão. Quando conhece Filipe a paixão entre ambos torna - se inevitavel. Mas, se amor entre professora e aluno já é por si impossivel, as coisas vão piorar quando o jovem se vê entre a popularidade, os amigos, a escola e amor, e tudo pode desabar quando se conhecer o segredo de Inês. "Aprender a ser Feliz" tem mais histórias paralelas tal como a de Diogo, a de Eugénia, Sebastião e Madalena, entre outras...Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidencia!
1º EPISÓDIO
Eram 8 da manhã. O sol fazia questão em não brilhar por detrás de enormíssimas nuvens cinzentas. Ao longe a cor cinzenta também penetrava na escura fachada da Escola Secundária da Torre. O silêncio calmo da matina foi instantaneamente interrompido pelo rasgar de algumas vozes jovens:
- Devia ser crime o 3º período!
- Olha eu só não percebo uma cena. Oh pá estão sempre a dar na cabeça de um gajo que estamos a provocar o Aquecimento Global, mas eu não noto nada…Que grizo man!
- Vá gente, que onda negativa! Vocês já pensaram que hoje não temos a ultima aula?
- Ai não?
- Oh pá vê – se mesmo que não tas atento ao mundo à tua volta! A stora Natércia de Biologia está grávida e não vinha no 3º Período!
- Ya ok! Mas já podem ter arranjado sucessora…
- Duvido!
- Olha haja ou não estou me a marimbar! O que me interessa são gajas, tudo o resto não tenho paciência para dar tão grande importância.
- Ui calma aí! Fala o macho – men!
O grupo de amigos prosseguiu o seu caminho entre risos e lamentações estudantis.


Se a Escola parecia pacata por fora, no seu interior a confusão era enormíssima. Os ruídos eram constantemente interrompidos pelo violento bater de tacões. Acabara de entrar na escola a professora de Matemática, Eugénia! O seu andar conotava um ar empruado e o seu jeito de olhar, um sentimento de indiferença. Calmamente entrou na sala dos Professores e dirigiu – se para o Bar:
- Bom dia doutora Enércia! – disse – lhe a empregada do espaço
- Madalena, chamo – me Eugénia! – repostou a professora
- E não foi o que disse doutora?
- Sim foi, deixe lá!
- Está com um ar muito abatido…parece – me!
- Impressão sua! - proferiu com uma certa arrogância
- Na, na, na…Posso ter o nome lá da outra que chorou por Cristo, mas a mim nada me passa ao lado!
- Ai criatura de Deus meta – se na sua vida! E sirva – me um café duplo!
- Cruzes canhoto! Tanta má educação havia de ser punida por Lei! – bocejou Madalena
- Aqui tem o seu café doutora! – disse pousando o café na mesa onde se sentava Eugénia que lia um pequeno artigo no Jornal.
- Obrigado! Ouça lá…
- Diga. Deseja mais alguma coisa?
- Não! Quer dizer, sim…Já chegou a nova professora de Biologia?
- Que eu saiba não!
- Valha – me Deus! Esta escola é sempre a mesma coisa…Os alunos têm exame este ano à disciplina e vão iniciar o ultimo Período sem professora! Ao ponto a que isto chegou…
- E que quer? Não me diga que a doutora Natércia não devia ter engravidado?
- Oh mulher às vezes esses seus comentários são totalmente inapropriados. Obviamente que foi óptimo a Natércia ter engravidado! Ser mãe é o melhor do mundo. Mas este país é que peca nestes casos!


Madalena preparava – se para responder, sabe – se lá dizendo o quê, quando a maçaneta da porta rodou e de lá entrou uma jovem de rosto carregado de beleza e cabelos loiros!


- Mas que lata vem a ser esta? Isto é a sala dos professores menina! Professores. Que falta de respeito, saia por favor! – zangou – se a empregada.
- Desculpe não estou a perceber
- Pois pois, como tu conheço muitas. Vamos lá a sair daqui!
- Mas isto não é a sala dos professores? – disse a Jovem bastante confusa
- Achas? A mim parece – me uma igreja! Claro que é a sala dos professores, é para PROFESSORES! Não é permitida a entrada a alunos, pelo menos dessa forma…
- Mas eu sou professora! Inês Fontana! Sou a nova professora de Biologia. – disse esticando o braço tentando cumprimentar Madalena e acalmar os ânimos.
- Ai valha – me santo Ambrósio que eu só faço asneiras! – proferiu a empregada benzendo – se de seguida e beijando com grande fulgor a cruz que trazia pendurada ao pescoço.
- Devo confessar que até meteu uma certa piada agora Madalena – disse Eugénia levantando – se - Prazer! Sou a Eugénia Dantas, professora de Matemática!
- O prazer é todo meu!
- Sente – se! Assim podemos conversar melhor…
- Obrigado, mas eu antes precisava de fazer outra coisa…
- Ah então força!
- Pois só que eu sou nova aqui não é? E não sei onde é a Casa de Banho!
- Ah não há problema! Eu vou lá consigo!


O momento de simpatia da professora de Matemática foi interrompido por uma docente que entrara de rompante na sala:
- Eugénia preciso que venhas urgentemente ao gabinete de Psicologia. Está lá o psicólogo com o pai do Diogo do 12ºH para falar contigo.
- Agora?
- Sim tem mesmo de ser!
- Deixe – lá, eu encontro a casa de banho sozinha! – disse Inês
- Não se importa mesmo? É que é importantíssimo.
- Sem problema! Até já!


Inês Fontana era uma jovem de apenas 25 anos de idade. O seu rosto cobria – se de alegria por finalmente poder exercer a sua profissão, mas misturava – se com o nervosismo do primeiro dia. Era a sua estreia naquela escola e principalmente na cidade de Lisboa! Enquanto procurava a casa de banho, discutia – se um outro assunto na sala de convívio:
- O teu pai está cá na escola?
- Ya oh pá passou – se! Pensa que eu vou deixar de fazer a minha vidinha só porque ele não curte!
- Tás a falar da Droga?
- Ya! Ele descobriu a minha última compra.
- Pera aí! E o teu pai sabe que fui eu quem ta vendeu?
- Achas men? Nós somos amigos! Eu não me ia chibar todo!
- Ao menos isso! Não queria arranjar mais problemas para o meu lado!


A conversa passava – se entre Diogo e Filipe! Os dois eram alunos do 12º ano e a fama de populares estava impressa no seu rosto!
- É verdade, continuamos sem stora de bio? – disse Diogo como forma de mudar o assunto
- Parece que não! Ouvi uns comentários a dizer que já havia uma gaja a substituir.
- Men, vamos lhe fazer a vida negra certo?
- Claro! Achas que eu ia perder um gozo?
- Quem fala assim não cala…
- Quem fala assim não é gago! – disse Filipe orgulhoso da sua (pouca) sabedoria
- Ah?
- Esquece!
- Oh mano tas a imaginar o próximo teste de biologia? A gaja é nova, não percebe nada disto! Vai ser só copiar.
- Finalmente vais ter um 20!
- Tanta piada! – ironizou Diogo


- Olha olha! A Barbie veio estudar para esta escola – babava – se Filipe ao ver entrar Inês na sala de convívio.
- Eh lá! Temos brasa – ripostou o amigo
Inês ouvira os piropos e voltava – se agora para os dois jovens.
- Eu ouvi isso…
- E não mentimos gata! – disse Diogo
O jovem deu um pequeno toque a Filipe à espera de sentir o apoio do amigo em mais um engate. Mas era tarde: os olhos de Filipe já estavam em contacto com os de Inês e nem o calor do aquecimento central quebrava aquela barreira de gelo que se formava entre aqueles dois rostos!