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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

FUTURO DE MANUELA MOURA GUEDES




Manuela Moura Guedes esteve afastada dos ecrãs da TVI de 16 de Dezembro de 2005 a 9 de Maio de 2008. Afastamento imposto pelos espanhóis da Prisa, que assumiram o controlo da TVI em Novembro de 2005. O conflito entre a jornalista e a administração liderada por Manuel Polanco foi público e demorou quase três anos.


Agora, com José Eduardo Moniz de saída, é bem possível que a história se repita e Manuela Moura Guedes seja de novo afastada dos ecrãs. É evidente que este cenário é recusado pela jornalista, que garante não só ficar como subdirectora de Informação como voltar no dia 4 de Setembro para apresentar o polémico ‘Jornal de Sexta’.

Um afastamento de Manuela Moura Guedes, em plena campanha eleitoral para as Legislativas, seria sempre entendido como uma vitória de José Sócrates, que de uma forma inédita atacou o ‘Jornal de Sexta’ e a sua linha editorial várias vezes, não só na entrevista à RTP como em pleno Parlamento. Um ódio de estimação que abrange igualmente José Eduardo Moniz, que sempre defendeu com unhas e dentes a linha editorial do ‘Jornal de Sexta’ da sua mulher. Aliás, quando a PT esteve prestes a comprar 30 por cento do capital da Media Capital, a própria Manuela Ferreira Leite, líder do PSD, veio a público afirmar que "seria uma vergonha o afastamento de José Eduardo Moniz".

Mas há sectores na televisão de Queluz que não acreditam na saída de Manuela Moura Guedes dos ecrãs até às eleições de 27 de Setembro. Não só porque seria uma arma de arremesso da Oposição contra o Governo de José Sócrates, como acreditam que sem José Eduardo Moniz à frente da estação os conteúdos editoriais do ‘Jornal de Sexta’ serão menos polémicos e não abordarão temas sensíveis contra Sócrates, como o Freeport, um processo que está em banho-maria em termos de investigação, sem grandes novidades processuais até ao dia das eleições. Depois logo se verá.

A GUERRA COM SÓCRATES

Manuela Moura Guedes teve honras de primeira página com os ataques que sofreu em diversas ocasiões por parte do primeiro--ministro José Sócrates. Tudo por causa do ‘Jornal de Sexta’ e do caso Freeport. Primeiro foi no congresso de Espinho do PS, depois na entrevista à RTP e finalmente em pleno Parlamento, quando foi questionado sobre o frustrado negócio de compra de 30 por cento do capital da Media Capital pela Portugal Telecom. Sócrates processou Manuela Moura Guedes e a jornalista respondeu-lhe na mesma moeda.

O ATAQUE DE MARINHO PINTO‘Jornal de Sexta’, dia 22 de Maio de 2009. O convidado de Manuela Moura Guedes é Marinho Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados. No final da entrevista, depois de algumas perguntas provocatórias da jornalista, Marinho Pinto perde a cabeça e diz: "Teria vergonha de fazer o que Manuela Moura Guedes estava a fazer, está aqui a fazer um julgamento, isto é péssimo jornalismo". Um momento único que provocou imensas reacções a favor e contra o ‘Jornal de Sexta’ e, claro, a jornalista Manuela Moura Guedes.

MONIZ SÓ ANUNCIOU SAÍDA AOS DIRECTORES DA ESTAÇÃO

O dia de ontem foi vivido de uma forma muito especial na TVI. Mas às 11h00, hora habitual da reunião de editores, José Eduardo Moniz entrou na sala, esteve lá uns instantes e não comunicou nada aos jornalistas presentes. Foi um pouco mais tarde, ao meio-dia, numa reunião com os directores da estação, que Moniz comunicou a sua saída. Depois disso, João Maia Abreu, director de Informação, chamou os editores e deu-lhes a novidade. Em alguns sectores da empresa o anúncio provocou algumas reacções mais emotivas. Mas na redacção da TVI o ambiente manteve-se absolutamente normal, sem dramas, apesar de haver alguma expectativa sobre o que irá acontecer, não só na área da Informação, como da Programação da estação



FONTE: Correio da Manhã