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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A TVI é feita de pessoas!

Como Gabriel Garcia Marquez, disse um dia, “o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade”.
O jornalismo procura a verdade dos factos, pura e simplesmente. Nem todos a conseguem encontrar, mas também nem todos a procuram. Há quem considere que o jornalismo deve contar factos e só factos, deixando sentimentos e emoções de fora. Considero isso impossível e ridículo! Jornalismo é, para mim, contar factos, vidas, histórias.

Ana Leal, é sem margem de dúvidas, quem melhor conta vidas, histórias de vidas. Autora de inúmeras reportagens premiadas, Ana Leal consegue sempre deixar uma pequena mossa em cada espectador.Poderá, até aqui, não associar o nome a uma reportagem. Até, certamente, já foi ao Google procurar pelo nome. Mas, se falar no caso Rui Pedro saberá quem é. Sim, é aquela jornalista que descobriu mais que a Polícia Judiciária.

Há uns dias, um jornal qualquer, dizia que a “primeira audiência do julgamento do caso Rui Pedro começou atrasada” (em vez de começar às 9, começou às 10, ou coisa assim). Valha-me Deus, diria uma Dona Rosa qualquer. Começou atrasado e não é pouco: só ao fim de 13 anos! Mas mais vale tarde do que nunca, é verdade. E tanto atraso porquê? Lentidão da PJ.

Foi preciso uma jornalista encontrar pistas, falar primeiro com as testemunhas... e só depois lá ia um ou dois inspetores. (Ver aqui uma das últimas reportagens sobre o caso, de Ana Leal - http://www.tvi24.iol.pt/videos/pesquisa/rui+pedro/video/13442711/1 ) Enfim (...) como alguém disse um dia, a justiça é como Nossa Senhora de Fátima, aparece de vez em quando para não perdermos a esperança. Outro exemplo do trabalho desta jornalista da estação de Queluz, é a reportagem “Asas de Ferro”, vencedora do Prémio Dignitas 2010, que premiou os melhores trabalhos sobre deficiência publicados nos meios de comunicação social Portugueses. Uma reportagem que “quebra o estigma de que as pessoas com paralisia cerebral são intelectualmente incapazes.”, disse a jornalista na entrega dos prémios. Este é só um exemplo do trabalho de Ana Leal. Muitos outros exemplo haveriam para contar mas já deu para entender o profissionalismo desta jornalista.

Vencedora de vários prémios de reportagens jornalísticas, Ana Leal consegue esmiuçar os temas e analisa-los de forma única. Consegue quebrar estigmas. Mergulha na vida dos entrevistados. Recupera realidades escondidas e esquecidas. Conta histórias que mudam coisas. Um futuro melhor, constrói-se melhorando o presente. E é isso que Ana Leal faz, porque guardar temas a sete chaves não resolve nada. Só falando neles é que se pode alterar alguma coisa, nem que seja fazer alguém pensar.

Certamente esperava que falasse de um figura que todos conhecem. Pois. Mas uma grande estação constrói-se também com as “não vedetas”, que fazem o seu trabalho e que, muitas das vezes, não é reconhecido.

E na próxima semana, quem será a “vítima” da nossa objectiva?