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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O poder das palavras!

Boa noite a todos! O livro que conta a história d'"O Mestre" já só tem quatro protagonistas e este Domingo escreve-se o último capitulo aqui no MAIS TVI.

Se o jogo vai ganhar o "FIM", um dos jogadores vai passar a ser "Mestre". Os outros três mestres da escrita vão, infelizmente, pôr um ponto final no concurso que nos faz companhia há quase dois meses. Quem vai levar a melhor? A decisão está nas mãos dos três grupos de jurados: o blog, a produtora e os leitores!

Mas, se quer definir o seu preferido, saiba que falta ainda conhecer a cena escolhida pelo Bruno Franco para surpreender tudo e todos e garantir o lugar no primeiro lugar do pódio. Será que o consegue?

"Esta não é a melhor cena da minha série, mas é uma que aprecio bastante. Escolhi-a porque explica um pouco do mistério do 1º Episódio e porque se colocasse uma cena de um episódio mais avançado, os leitores poderiam não compreender por que razão determinados acontecimentos estavam a ocorrer, e isso só os iria confundir. Assim, com esta cena do 2º Episódio deixo-os curiosos para a continuação da série e com a certeza de que irão compreender o contexto em que esta cena ocorre com bastante clareza."

INT. ARMAZÉM – LOCAL DESCONHECIDO - MADRUGADA
A imagem encontra-se completamente negra. Ouve-se um RESPIRAR OFEGANTE. Aos poucos, surge uma luz crepuscular a irromper pelas pequenas janelas no alto do armazém. Uma torneira suja e desgastada está a PINGAR a um ritmo rápido e irritante. De seguida, surgem os pés de uma cadeira de madeira, que RANGE perante o movimento insistente e nervoso do seu ocupante, cujos braços e pernas estavam forte e impiedosamente amarrados. (…) Uma LUZ intensa surge repentinamente de vários candeeiros presos ao tecto. Ouvem-se PASSOS de sapatos de salto alto ecoarem pelo armazém, aproximando-se provocatoriamente do prisioneiro, que se tenta livrar das amarras ainda com mais persistência. (…) Luna, 26 anos de idade, uma mulher escultural de cabelo loiro muito liso e de olhos azuis esverdeados, aparece à frente de Carlos Caetano. (…) Os olhos de Carlos prendem-se no antebraço da mulher, onde se encontra uma pequena tatuagem, do tamanho de uma noz, que parecem um «R» e um «O» sobrepostos de uma forma artística. Carlos tenta gritar, mas só se ouvem gemidos sufocados pelo adesivo.

LUNA – Coitadinho do meu menino, nem sequer consegue falar.

Luna aproxima-se mais de Carlos e inclina-se, para que a sua cabeça fique bastante próxima da de Carlos. Sedutoramente, beija a testa do prisioneiro, e vai descendo pela cana do nariz, beija as bochechas, sempre num ritmo lento e provocatório. Repentinamente, ouve-se um RASGÃO. Foi Luna que retirou o adesivo da boca de Carlos com uma rapidez violenta e fria. (…)

CARLOS – O que se está a passar? O que é que eu fiz, caramba?!
LUNA – Calma, querido. Não tenhas medo. Eu não te vou fazer mal.
CARLOS – Então por que é que me raptaram? O que querem de mim, porra?
LUNA – Tento na língua, Carlitos. Como já deves ter reparado, não estás bem na posição certa para falares dessa forma. É que até parece que queres que te façamos mal. Mas se é mesmo isso que queres…

(…)

CARLOS (Cabisbaixo) – Claro que não quero… Só quero compreender o que se anda a passar. Ainda ontem a minha vida era perfeitamente normal (…) e agora fui raptado sabe-se lá por que razões. Vais-me contar alguma coisa?
LUNA – Sim, mas conto-te apenas o que eu quero.
CARLOS – Sou todo ouvidos. Aliás, nem tenho outra opção.
LUNA (caminhando lentamente de um lado para o outro à frente de Carlos) – Por enquanto, não te posso revelar nada de específico até tu aceitares a minha proposta. (Pausa) Embora possa parecer que não, a organização que eu estou aqui a representar é a tua única salvação.
CARLOS – Mas salvação do quê? A minha vida não tem nada de mal para eu ser salvo! Tenho uma namorada fantástica, uns amigos espectaculares e uns pais que me educaram da melhor forma possível.
LUNA – Ouve, nós somos a tua única hipótese de limpares o teu nome e de viveres em paz. Sem o nosso apoio, nunca mais serás livre e não poderás viver uma vida sossegada e normal com os que mais amas. CARLOS – Mas desde quando é que o meu nome não está limpo? Estás a querer assustar-me? Isto é alguma partida? Que eu saiba não é dia 1 de Abril ou deixaram-me inconsciente durante nove meses?
LUNA (ignorando as perguntas de Carlos) – Se não aceitares cooperar connosco, saberás da pior maneira. E aí, não só estarás sozinho, como nos terás à tua perna. (…)

Luna mostra a sua mão direita a Carlos, cujos dedos envolvem o cabo de uma faca ameaçadoramente afiada e reluzente, que reflectia a luz das lâmpadas do armazém. (…) Subitamente, Luna meneia a faca com bastante firmeza atrás de Carlos. No segundo seguinte, surgem as mãos de Carlos, livres, para as quais fica a olhar como se as visse pela primeira vez.

CARLOS (enquanto desamarra as pernas) – Afinal, o que foi isto? Não passa de uma brincadeira, certo? (…)
LUNA – Só te posso revelar pormenores se aceitares entrar na nossa organização. Mas uma coisa te garanto: sozinho jamais conseguirás vencer-nos.
CARLOS – Tenho de lutar contra vocês?
LUNA – Ou estás connosco ou contra nós. Não há meio-termo. Não podes ser neutro.
CARLOS (De pé, com um ar sério e compenetrado) – Como é isso possível?
LUNA – Ouve, Carlos. A tua sorte é que o chefe é um tipo simpático e acredita em segundas oportunidades. Ele próprio teve uma e acha que todos devem ter também. É por isso que te raptei e que te deixo ir embora, se for essa a tua escolha. Mas a partir do momento em que saíres por aquela porta, estás por tua conta. E nós vamos atrás de ti. Este é um caso que te transcende de uma forma que tu jamais poderás imaginar. No entanto, és uma peça central, e precisamos de ti. Seja vivo, ou morto. Se aceitares ficar, ficarás a saber de tudo. Senão…

Luna, com o seu dedo indicador e o polegar, imita uma pistola. Encosta-a à cabeça e simula que levou um tiro. Carlos engole em seco.

LUNA – E há mais uma informação que te pode ajudar. É que se escolheres não ficar connosco virás a rastejar para nós na mesma. Quando quiseres voltar à tua vida normal, ficarás tão encurralado pelo que se está a passar, que não terás outra opção a não ser vir ter connosco. E aí já não te garanto se serei tão simpática contigo como fui desta vez. Depende do que aceitares fazer para nós. Sabes, é que neste mundo onde acabaste de entrar, matar é a única forma de sobreviver.
CARLOS – Eu jamais tirarei uma vida humana a pedido de alguém. Nem penses que alguma vez o farei!
LUNA – Isso dizes agora, fofura. Se te fores embora, acabarás por mudar de ideias.
CARLOS – Não há nada que me possa levar a cometer um crime dessa natureza.
LUNA (Rindo-se de forma trocista e parando subitamente) - Já chega de conversa fiada sobre o futuro. O que interessa é o presente. Como ficamos, Carlos? (…) A escolha é tua. Não sei qual é a dificuldade em escolheres entre viver e morrer, mas tu lá sabes.

Uma gota de suor surge no topo da testa de Carlos. O seu olhar demonstra a incerteza que lhe vai na alma. A sua respiração está a aumentar de frequência. Abre e fecha a boca várias vezes, várias tentativas falhadas de dizer uma resposta que pudesse ditar o seu futuro fatalmente.

LUNA (Gritando) – Qual é a tua escolha?


O episódio de "Segredo Mortal" não podia ter terminado da melhor forma: "Qual é a tua escolha?" - é isso mesmo que nós queremos saber!

Pois é, "O Mestre" está mesmo, mesmo, mesmo na recta final e agora que estão conhecidos os 4 finalistas e as suas propostas eis que está na altura de começar a pensar na grande decisão. Esta noite, a partir das 00h00, pode votar num dos quatro aprendizes que acredita ser o candidato perfeito à vitória.

Rui Alves, Bruno Afonso, Mário Valadas e Bruno Franco! Um deles vai ser "O Mestre" já este Domingo. Quanto a'"O Mestre" está de volta no Sábado para um grande especial em que cada concorrente nos vai contar que série ou novela Portuguesa mais apreciam, e porquê. Uma oportunidade única de tirar todas as dúvidas sobre quem merece vencer este jogo.

A nostalgia já aperta mas pela frente ainda há um fim-de-semana de "Mestre"! Até lá já sabe: contamos consigo!