main
main

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Aqui a opinião tem lugar

Desde que teve inicio (em 1960) e até agora, o Campeonato Europeu de Futebol nunca foi vencido por Portugal. A selecção de jogadores nunca brindou o seu país com um belo troféu para ficar na história. É por isso que poderiamos dizer que os melhores atletas estão na ficção: em dois anos consecutivos, o país do Fado arrecadou não um, mas dois Emmys!

Se em Novembro de 2010 o país acordava com a noticia de que "Meu Amor", novela de António Barreira, havia sido eleita como a melhor novela do mundo, esta semana vibrou com a entrega do tão cobiçado troféu à equipa de "Laços de Sangue". Durante todo o dia os milhares de utilizadores da "caixinha mágica" invadiram as redes sociais, blogs e sites expressando a sua opinião sobre o Emmy ganho pela novela de Carnaxide em parceria com a Globo.


As opiniões, essas, dividem-se como seria de esperar. Há uns que não aceitam que o prémio tenha parado nas mãos da SIC em vez de ser entregue à casa onde se desenvolveu a ficção Portuguesa. Outros há que não poderiam exprimir maior alegria. Pessoalmente (embora preferisse que o Emmy fosse entregue a "Espirito Indomável" - novela não nomeada) vejo esta vitória com enorme felicidade: é uma prova de que o mito "o que é nacional é inferior" está mais que ultrapassado.

A Rede Globo é, de longe, a mais consagrada produtora de ficção mas a verdade é que nos últimos dois anos os olhos do mundo se têm virado para o outro lado do Atlântico: para nós! A vitória de "Laços de Sangue" não é uma vitória da SIC mas sim uma vitória de todos os que fazem, pensam, criam e seguem a ficção nacional. Não pode haver orgulho maior do que saber que, agora, o que fazemos em Portugal (a nivel televisivo) é apreciado no estrangeiro.

Podemos não ser os melhores financeiramente, não ganhar às grandes selecções da Europa e do Mundo, "copiar" formatos de entretenimento, mas nada nos tira a fama de vencer, em dois anos consecutivos, dois Emmys que glorificam a ficção que por cá se faz. O melhor de tudo é saber que isto não é história...