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terça-feira, 31 de maio de 2011

Nunca um amor foi tão novo

10 Julho     
          Hoje chega o Duarte, que devo eu fazer?
            Contar-lhe ou Omitir-lhe? Eis a questão.
           
            Fui fazer a minha caminhada habitual aos Domingos e no meio da minha corrida recebi uma mensagem do Rodrigo: “Tenho saudades tuas!”, dizia ele. Respondi com um: “Eu também”, e não demorou a receber e a escrever uma nova mensagem de volta: “Como é que estás? Sei que o Duarte chega hoje, já tomaste alguma decisão, quanto a nós? Se quiseres podemos ficar só amigos se é melhor para ti”. Questionei-me sobre a decisão que tinha (supostamente) de tomar até ao fim do dia, afim de responder á pergunta que coloquei no início: Conta ou Omitir. Sem dúvida que precisava de estar com ele para termos uma conversa – nem que fosse de despedida: “Vamos almoçar ao 5barzs? Acho que precisamos de falar”. Era Domingo, devia estar a ter treino ou a treinar os mais novos, será que podia? “Claro, 14:00h lá, ok? Saio do ginásio daqui a uma hora, depois vou lá ter. Bj. <3”, Enquanto li a mensagem vi que horas eram e faltava 1:15h para ir ter com ele, decidi terminar de escrever a mensagem e correr os últimos km de regresso a casa.

Quando cheguei, estava ele á minha espera na mesa do fundo da grande área do café/restaurante e vestia uma camisa branca e uns calções pretos. De entre as pessoas, fui passando até chegar á ultima mesa. Discretamente cumprimentamo-nos com um beijo na cara, a fugir para os lábios. Pedi uma garrafa de água fresca igual a que estava na mesa, pedida anteriormente por ele.
- Isso era tudo saudades? – Comecei eu a conversa.
- Pensei que não querias beijos em público.
- Estava a brincar contigo.
- O que vão pedir? – Entretanto, o empregado aproxima-se e pronto a escrever os nossos pedidos tira um bloco de papel.
- Para mim, pode ser ‘creme de camarão’. - Disse-lhe com a lista na mão
- E para si? – Disse o empregado, virando-se para o Rodrigo
- O mesmo. Como qualquer coisa.
- Com licença.
- Vais contar ao Duarte? – Perguntou-me ele.
- Não. Pelo menos por agora. Tenho de pensar no Tomás, se eu me separo dele agora, o Duarte pode querer ficar com ele, e no caso de irmos a tribunal, ele acaba por ganhar, afinal eu não tenho um trabalho para sustenta-lo, nem uma casa minha para vivermos.
- Mas … vamos continuar juntos?
- Sim, quer dizer, esquece. Claro que vamos.

Era já de noite quando o Duarte chegou. Estava cansado mas animado (tinha fechado o contrato com a outra empresa). Perguntei-lhe se queria que mandasse a Erija prepara-lhe o banho, disse-me que sim, mas antes foi buscar a mala e tirou de lá um embrulho. Deu-mo. Ele diz que durante toda a viagem pensou em mim, e que andava á procura de uma prenda para me dar. Decidi abrir. Quando abri, vi que era um perfume da ladiswo, continha um aroma algo exótico mas cheirava bem. Agradeci-lhe. Foi muito querido em lembrar-se de mim, foi nessa altura que se portou como um marido excelente que de vez em quando desaparecia. Aquele gesto, aquele acto podia ser uma prova de que continuaria apaixonado por mim? Talvez.