"Quando se lançam as novas grelhas, tudo está bem. Os discursos oficiais, sempre apoiados em mensagens-chave, que os marketeers recomendam e aprovam, são sempre bem-intencionados. Ou seja, no plano dos princípios está tudo correto. Quem ouviu ou leu na quinta-feira as palavras do diretor de Informação da TVI, José Alberto Carvalho, no relançamento da TVI24, não ficou com dúvidas da esperança e da boa vontade dos responsáveis do canal. O que o jornalista disse, "o tempo mudou e temos de saber acompanhar essa evolução", faz sentido. Prometer que a TVI24 será "o maior ecrã multimedia do País" é um soundbyte interessante, que exige prova, como, aliás, as promessas de uma nova "atitude" e "posicionamento", anunciadas em conferência de imprensa. Não duvido que a contratação de Paulo Futre traga espectadores, nem que o novo 25.ª Hora, com uma interessante e influente linha de comentadores, reforce a notoriedade do canal. Mas, sejamos claros, não tem sido a falta de programas atrativos que fez da TVI24 praticamente um nado morto. Num país em que os noticiários das televisões generalistas têm diariamente mais de uma hora de duração; em que o principal, e mais visto, canal do cabo, é informativo; e em que o maior produtor de conteúdos informativos, a RTP, também tem um canal informativo no cabo, haverá espaço para a TVI24? Que não restem dúvidas: eu acho que a TVI tem toda a legitimidade para ter o seu próprio canal de notícias. A minha questão é saber se, do ponto de vista de estratégia de negócio, faz sentido. Sinceramente, tenho dúvidas. Muitas dúvidas mesmo..."
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