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sábado, 14 de janeiro de 2012

Cada um tem o seu... [Penúltimo Episódio]


-Vamos lá acabar com esta pita de uma vez por todas... mas antes tenho que fazer um servicinho. Só espero que a casa do gajo, não seja muito longe, que não estou para gastar a gasolina toda nesta merda. De repente, o telefone de Alexandre toca.
-Estou, Alex... ainda demoras muito? Estou à espera, à não sei quanto tempo.

-Epá, ó puto. Tem calma contigo, andas mesmo a precisar disto. Andas muito nervoso.

-Pronto eu espero. Mas demoras muito?

-Népia, mais uns minutos estou ai na mansão da "Barbie"

-Ok, até já. - Respondeu Ricardo desligando o telefone. Estúpido - Pensou.

Joana está em casa, no computador quando a campainha toca.

-Já vai.

-Sónia? Sónia, ainda bem que apareceste, estava preocupadíssima contigo. Onde é que estavas?

-Está tudo bem, não te preocupes. Fiquei na casa de uma amiga. Desculpa, tudo o que te disse. Desculpa...

-Não faz mal, eu compreendo - Respondeu Joana abraçando a irmã.

-Sónia, eu ia hoje mesmo para o Porto com o Alexandre. Mas podes ficar aqui, estás à vontade. Já falei com o pai, e vou lá dar-lhe hoje um beijinho antes de ir embora. O Alexandre ainda fica aqui mais uns dias, e depois vai para cima.

-Olha Joana, eu ainda tenho de ir à rua. Tenho de tratar de uma coisa.

-Oh Sónia... não me faças uma coisa destas, então daqui a pouco vou-me embora, e tu nem te despedes de mim?

-Claro que me despeço. Despeço-me agora, então. Vá beijinhos, boa viagem, que corra tudo bem. Quando chegares lá dá um toque ok? Adeus. - Disse abraçando Joana.

-Ok, está combinado. Assim que chegar aviso!

Sónia, saia agora de casa. Desceu as escadas do prédio, e foi até à casa de Rui. Este saiu de casa, e Sónia pediu-lhe para falarem. Andavam agora pelo passeio, sem que nenhum deles dissesse algo.

-Rui, quero que saibas que eu amo-te, eu amo-te e não quero voltar a perder-te. Mas fiquei muito magoada, com o facto de não me contares que estavas vivo.

-Sónia, desculpa. Desculpa tudo o que te fiz sofrer. Mas eu conto-te, eu conto-te tudo o que aconteceu.

-O suposto guarda-noturno escondeu-me num barracão. Acordei de manhã, estava cheio de sangue e doía-me bastante o ombro. Não sabia o que se passava, fui ao hospital e fiquei lá uns dias. Os meus pais foram-se embora, pensavam que eu estava morto. Agora só me restas tu! Eu sempre te amei Sónia, mas não tinha coragem para o dizer, mas o destino fez-me abrir os olhos, fez me ver que te posso perder a qualquer momento, e o mais pequeno segundo contigo para mim é melhor do que viver, porque se vivesse sem ti ao meu lado, simplesmente não conseguia. E eu não te contei logo que estava vivo, porque tinha medo da tua reação. Tinha medo...

-Oh Rui. Obrigada, obrigada por teres esperado por mim. Obrigada... amo-te Rui. Amo-te.

Um ano depois, Sónia e Rui estavam agora abraçados e aos beijos. O amor ali era intenso, e naquele momento nada o podia fazer parar.

Em casa de Ricardo, o pai acabara de chegar. Quando Alexandre toca à campainha.

-Eu vou! Disse Ricardo, dirigindo-se apressadamente para a porta.

-Finalmente, fogo tanto tempo para abrir a porta. - Disse Alexandre ao entrar em casa de Ricardo, como se fosse sua. Mas logo quando viu António, a sua expressão facial mudou.

Os dois estavam surpreendidos por se cruzarem, e Alexandre não fazia a mínima ideia que António morava ali. Talvez fizesse uma pequena proposta ao "velho" para que ele lhe aumentasse o ordenado pelos "servicinhos". Mas isso agora ficava para depois, porque tinha que vender alguma coisa pelo que Ricardo andava desesperado.

Os dois dirigiram-se ao quarto de Ricardo, quando Alexandre perguntou:

-Então aquele é o teu cota?

-É porquê? Nada, tem muita pausa. E muita folha também. - Disse rindo-se.

-É, mas não vieste aqui para falar do meu cota, por isso passa para cá o que te pedi.

-Sim, sim... Mas primeiro o dinheiro.

-Toma lá o dinheiro. Porra, chato me merda pá!

-Vê lá como é que falas, porque assim já não te faço o desconto que te estava a pensar fazer. Dois pacotinhos de droga, por um. O que é que achas? Como aquelas promoções do "Continente" em que levas dois e pagas um.

-E quanto é que queres por isso?

-500 euros, bem barato não é? Se não tiveres dinheiro na boa. Afinal quem não tem dinheiro, não sustenta vícios.

-Toma lá o dinheiro e baza, e vê se não começas com merdas à frente do "cota".

-Ok, ok. Na boa. Até para a semana, bebé.

-Otário. - Reclamava Ricardo

-Até depois, senhor! - Disse Alexandre, saindo porta fora.

-Até depois Alexandre... até depois.

-Quem é que acabou de sair? - Perguntou Rosália, acabada de chegar do quarto.

-Ninguém querida, ninguém. Agora vou sair, que tenho uns assuntos para tratar.

-Mas... mas a esta hora? O que é que tem para fazer a esta hora querido?

-Nada de importante, mas tem mesmo de ser feito.

António saiu de casa, e dirigiu-se para o carro. Alexandre já ia um pouco adiantado em comparação ao pai de Ricardo, mas nada o impedia de apanhar Alexandre.

-Vou-te apanhar seu filho da mãe. Juro que te apanho...

Alexandre que conduzia, não imaginava que António viesse atrás dele. Nesse momento, lembrara-se que a esta hora a vingança que havia feito com o carro de Joana, estava a acontecer.

Joana já estava a caminho do Porto, tinha a ideia de ir-se despedir do pai. Mas não estava lá com grande paciência para ver a dona "Barbie" das compras a chatear-lhe a cabeça. Despedia-se dele depois, quando regressa-se a Lisboa. Ou então porque não pelo telemóvel, afinal é para isso que eles existem. Tinha acabado de sair de Cascais, e entrado na auto-estrada. Começara a ouvir ruídos estranhos vindos do carro, mas achara que era apenas impressão sua. De repente, o carro despistou-se e capotou. Em poucos segundos Joana tinha morrido... este era o destino que lhe estava guardado!