Boa noite! Não sei se terá sido pela forte tentação enquanto espectador ou por um simples receio de fã TVI, mas o certo é que, na passada Segunda-Feira, não resisti a acompanhar, atentamente, a estreia de "Rosa Fogo", a nova novela da SIC.
Como é óbvio não vou opinar sobre este promissor projecto mas não consigo deixar de partilhar convosco o que senti durante aquelas horas.
Quando José Eduardo Moniz abraçou o canal da Igreja, a ficção tinha apenas uma lingua e, por incrivel que pareça para alguns, não era a nossa! Provavelmente nem um homem tão astuto como o marido de Manuela Moura Guedes, teria visto em "Olhos de Água" o começo de uma era que parece não ter fim. Não há nada que represente melhor o impacto e crescimento exponencial da ficção Portuguesa que o apelido dado pelos Portugueses à estação de Queluz: o canal das novelas! E de facto, bem o podia ser, não fosse o número de projectos de ficção tão grande, incapaz de ser contado pelos dedos de todo o corpo humano. Porém, mais preocupante do que ver que a roda gigante da ficção acelerou o passo, é perceber que para além da aceleração houve ainda um aumento do seu tamanho.
Que a TVI aposte, sempre, em novelas até se compreende, não fosse existir o famoso dito popular "em equipa que ganha não se mexe", mas pior ainda é saber que os restantes canais têm produtos fortes para a concorrência. Não fortes em qualidade ou quantidade, mas fortes em "mais do mesmo"! Porque matar com fogo, quem com fogo morre? Ou seja, porque razão aposta a SIC em novelas para combater, mais, novelas? Porque razão estende a TVI os episódios das suas novelas para vencer...mais ficção? À partida parece apenas jogo televisivo, mas basta cinco minutos de reflexão para perceber que, como diria outrém, não é tudo por agora já que só agora é que isto vai começar...infelizmente!