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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Aqui a opinião tem lugar!

Missão Sorriso, Leopoldina, Popota, Natal dos Hospitais, galas, galinhas e galões especiais...enfim, uma panóplia de nomes que todos conhecemos tão bem e que, a pouco e pouco, se foram fundindo na definição de Natal. Perdoem-me se estou errado mas, cada vez se torna mais dificil (para mim) não ver a época natalicia como uma montra de solidariedade anual. Às vezes pergunto-me se as empresas e as estações de televisão (todas sem excepção) não terão um relógio despertador que acende a 1 de Dezembro apenas para lembrar: "Olhem, já é Natal! Toca a ajudar crianças, adultos e familias desfavorecidas". E depois lá hiberna durante 12 meses...

Sim, eu sei que a imagem parece bastante chocante e irreal mas se o leitor parar, um minuto que seja, para olhar à sua volta dar-me-à razão certamente. Não há empresa ou canal que não se dedique, por inteiro, à ajuda solidária nesta altura do ano. Não digo que isso seja negativo, bem pelo contrário. Incomoda-me apenas é que, em 12 meses que o ano tem (sim, porque não me lembro de o Governo ter mandado eliminar algum), apenas o último seja lembrado! Ainda esta tarde, enquanto passeava pelo centro comercial, ouvi esta frase: "Vou ver se ainda ajudo a Missão Sorriso hoje. Está na altura não é?". Ah? "Está na altura?" Porquê? Paga-se imposto se se ajudar alguém em Abril?

Eu compreendo que este assunto seja demasiado controverso e que a minha opinião pareça exageradamente radical mas a verdade é que, ao contrário do que seria de esperar, são as próprias televisões a alimentar este mito. Porque razão se há de associar o Natal às causas sociais? Porque não faz a RTP1 um "Verão nos Hospitais"? Porque não faz a TVI uma parceria com o Continente para alargar a "Missão Sorriso" por todo o ano? Porque é que não hão de ter as estações de televisão um papel preponderante no incentivo à ajuda social, ao longo dos 12 meses?

Perguntas que, parece-me, ficarão sem resposta durante muitos anos...Talvez seja eu ainda a viver no "mundo encantado dos brinquedos" mas continuo a acreditar que, um dia, as televisões servirão, também, para "educar"!