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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O poder das palavras!

Boa noite a todos! No verdadeiro jogo das palavras, estas custam a sair perante a proximidade da Grande Final. É já este Domingo que "O Mestre" se despede do MAIS TVI depois de semanas em que mergulhamos na maior onda de criatividade e imaginação de que há memória.

E se a memória ainda não me falta, faltam dois aprendizes mostrar tudo o que têm de bom e convencer tudo e todos que merecem o titulo mais disputado deste concurso: o de "Mestre".

E enquanto não há "Mestre", oh Mário mostra lá do que és capaz:


Contextualização: A sequência seguinte pertence ao 3º episódio de “Na Boca Do Lobo”. Escolhi esta sequência pois traduz bem a atmosfera desta série: humor juvenil e mistério. Dulce começa a fazer alguns trabalhos como modelo e continua a sair com Gabriel, o fotógrafo.
No entanto, Dulce viu-se obrigada a omitir e a inventar alguns factos: disse à tia Eunice que Gabriel era um estudante de medicina, e ao jovem rapaz apresentou-se como dona daquela casa e contou-lhe que a tia era uma velha empregada.

Cena 12. Jardim de um Hotel (à beira da piscina). Exterior. Dia
Decorre neste espaço, um pequeno desfile de moda verão: os manequins (Dulce e outras figurantes) desfilam fatos de banho. (Trilha sonora: Ritmo de la Noche – Mystic) No final do desfile, uma jovem entrega um ramo de flores a Dulce. Deixando-se dominar pela inveja, uma das modelos figurantes, puxa-lhe o laço que possui no cabelo. Agindo por impulso, Dulce atira-a à piscina e é aplaudida por todos. Um fotógrafo regista o momento em que Dulce empurra a modelo.

CORTA PARA:
Cena 13. Quarto de Dulce. Interior. Noite

Dulce e Cláudia (sua melhor amiga) observam a foto do desfile num jornal.

CLÁUDIA – Ficaste óptima nesta foto! Acredita em mim, Dulce: escândalos como este fazem um bem enorme à carreira. Grandes manequins começaram assim…
DULCE – Empurrando as colegas para dentro de uma piscina? Tu és louca!

Tia Eunice bate à porta e entra.

TIA EUNICE – Adivinha quem está lá na sala…
DULCE – (assustada) O Gabriel?
TIA EUNICE – Ele mesmo… Ah, ele é um amor! Olhamos para ele e percebemos logo que estuda medicina. E com certeza que é de boas famílias. Eu tenho bom faro para isso… Aquele tem brasão!

CORTA PARA:
Cena 14. Sala. Interior. Noite

Dulce, Cláudia e Eunice vão ter com Gabriel à sala. O jovem bebe chá (servido pela Tia) e está sentado numa poltrona (detalhe: Tia Eunice só deixa sentar naquela poltrona visitas “ilustres”)

DULCE – Eu não esperava a tua visita.
GABRIEL – (levanta-se e beija-lhe a mão) Ainda bem que não. Eu gosto de surpreender!

Empolgada, Tia Eunice aplaude. Gabriel sorri, constrangido.

TIA EUNICE – Já não se fazem rapazes assim…
CLÁUDIA – (tentando ajudar a amiga) Vamos lá para dentro, tia Eunice! Eu acho que eles preferem ficar sozinhos.
TIA EUNICE – (para Gabriel) Antes de sair, passe pela cozinha. Eu estou tão preocupada com aquelas análises! O “ferro” a desaparecer e o colesterol nas alturas… Eu considero um verdadeiro milagre ainda estar viva! (beija o crucifixo que possui ao pescoço)

Eunice e Cláudia retiram-se.

GABRIEL – (para Dulce) Confesso que agora estou um bocadinho confuso… Ela não era tua empregada?
DULCE – Não! Quer dizer: sim, é! Mas trabalha comigo há tantos anos… É como se fosse da família!
GABRIEL – Ela pensa que eu estudo medicina. Disseste-lhe isso?
DULCE – A minha tia já está um pouco confusa. Idade, sabes como é…
GABRIEL – Tia?
DULCE – É uma forma carinhosa de a tratar!
GABRIEL – (aproxima-se dela e acaricia-a) Eu não gosto que menosprezem a minha inteligência, querida!
DULCE – O que é que tu queres dizer com isso?
GABRIEL – Quero dizer que a tia Eunice é realmente tua tia… E que inventaste essa história da Medicina, só para a impressionar.

DULCE – (cabisbaixa) Tens razão. Desculpa! Eu não tinha intenção /
GABRIEL – (envolvente) Não peças desculpa. Eu entendo! Somos iguais. Eu também escolho a fantasia. Eu acho a realidade insuportável.
DULCE – E agora?
GABRIEL – Agora, não digas nada. E não tentes resistir! (brincando) Isto é um sequestro!
DULCE – E qual é o destino?
GABRIEL – (secretamente ao ouvido) O Céu! (Sonoplastia: som de um trovão)

CORTA PARA:
Cena 15. Apartamento de Gabriel. Interior. Noite

A sala está toda iluminada por pequenas velas. Cavalheiro, Gabriel retira-lhe o casaco e coloca uma música (Sugestão: Make It With You – Bread – nota: é fundamental que seja oldie)

DULCE – Tu estás tão elegante, tão formal! Sinto-me ridícula com esta roupa tão simples.
GABRIEL – (sedutor) Tu estás perfeita! És o tipo de pessoa que dá impressão às outras, de que elas é que estão erradas. Além disso, estamos no “Céu”! Ricos não entram no Paraíso.
DULCE – (sorri) Qual é a ideia? Testar se eu sou de ferro? Sou humana! (como uma menina, começa a dançar ao som daquela música) Eu tenho impressão que já ouvi esta música… Eu conheço-a!
GABRIEL – Claro! Era a música preferida da tua mãe.
DULCE – (desligando o som) Que brincadeira é esta? Eu começo a ficar assustada, Gabriel!
GABRIEL – Estás com medo de mim? Eu vou lá dentro guardar os nossos casacos. Já volto!

(Gabriel retira-se, por instantes)

Dulce caminha pela sala. Ouvimos o barulho da tempestade lá fora… Aproxima-se da janela e afasta os cortinados para poder observar a rua. Nesse instante, (acompanhado de sonoplastia de suspense), podemos observar um recado escrito na janela com batom: “ CUIDADO! ELE NÂO PRESTA. APAGA ESTA MENSAGEM!” (Sonoplastia: novamente o som de um trovão). (…)





E pronto, estamos mesmo em contagem decrescente para ser crescente os nervos que todos sentimos. Quem vai vencer o concurso do ano no MAIS TVI? A decisão está nas suas mãos a partir de Sexta-Feira. Mas amanhã há mais ficção para ver, desta vez escrita por Bruno Franco, o último dos finalistas.

"O Mestre" está de volta amanhã pela antepenúltima vez e, já sabe, estamos a contar consigo! Até lá!