main
main

sábado, 13 de agosto de 2011

Atenção: Isto não é só conversa!

[A entrevista a seguir apresentada foi realizada pelo MAIS TVI, em exclusivo, e publicada no blog em Maio. Por pedido de alguns visitantes que não a conseguiram encontrar no nosso arquivo, aqui fica de novo]
Boa noite! Sejam Bem - vindos a mais um momento de conversa exclusiva, desta vez com Flávio Furtado, o polémico comentador social do "Você na TV".

Flávio a maioria da população Portuguesa não o conhecia antes de o ver lançar alguns livros no mínimo, polémicos, sobre a fama e os famosos. Quem é o Flávio Furtado?
Sou uma pessoa muito frontal, directa e que não desperdiça tempo com rodeios. Características essas que me fazem ser, por diversas vezes, confundido com muito mau feitio. Sou uma pessoa que desde muito cedo determinou os seus objectivos, pessoais e profissionais, que tem lutado por alcançá-los sem nunca ter tentado “atropelar” alguém. Iniciei-me na rádio, Rádio Lajes, com 7 anos e ali permaneci até aos 18. Num programa infantil chamado ‘Fraldinhas’.

Aos 16 anos redigi o meu primeiro artigo de opinião para um jornal, o Diário Insular, e logo aí despertei para a vontade de correr atrás da notícia. Se era rosa ou não, nem me passava pela cabeça. Pois, para mim, não há jornalismo rosa e/ou cinza, há jornalismo!
Como jornalista, fui director da Big Brother Magazine – a revista oficial do reality show da TVI -, estagiei na Nova Gente e algum tempo depois fui convidado para ajudar a criar um novo projecto, a revista Flash!
Fui também Presidente do Conselho Regional de Jurisdição da Juventude Socialista.

Sobre os livros de que fala, para mim o mais importante de escrever foi o ‘Envelhecer não é preocupante, Ser olhado como velho é’. Um livro com testemunhos de grandes figuras como Maria José Rita, Ruy de Carvalho, Eunice Munoz, Herman José, Vale e Azevedo, entre muitos outros. Um trabalho editado pela Hugin e cujos direitos de autor ofereci a cem por cento para uma associação de apoio à terceira idade. Como vê, neste mundo o que menos importa são as coisas sérias e boas da vida.
Muito antes dos livros, no meio jornalístico e do denominado ‘Jet Set’ toda a gente sabia quem eu era: uma pessoa frontal, sem papas na língua, com o tal mau feitio, mas que nunca passou por cima de ninguém, nunca tentou comprometer um colega para conseguir atingir os seus objectivos, nunca invadiu a privacidade das pessoas sobre quem escrevia, que sempre respeitou tudo e todos.


O livro "Manual para Alpinistas Sociais" (que tive o prazer de ler) é demasiado directo na abordagem de como muitos famosos Portugueses atingiram (e atingem) a fama ao ponto de muitos famosos se terem "virado contra si". Porque escreveu o livro? Não tinha receio dos ódios que se iriam gerar?
Muito antes do ‘Manual para Alpinistas Sociais’ ainda houve o ‘Lili Caneças, Cinderela ao Contrário’. Sugeri redigir a biografia da Lili pela vontade de dar a conhecer a história maravilhosa de vida de Maria Alice Custódio Carvalho Monteiro que muita gente criticava sem conhecer, como muitos hoje fazem comigo. A história de uma mulher com defeitos e virtudes, como qualquer um de nós, mas uma história incrivelmente maravilhosa.

No que confere ao porquê de ter escrito este livro, foi com um intuito meramente comercial. Poderia relatar outra história mas aí estaria a ser hipócrita, falso. Um dia pensei: se as revistas denominadas rosa vendem, se há um público fiel a este tipo de publicações, se estas revistas alimentam sonhos, se – tal como dizia Andy – um dia todos quererão experimentar os “15 minutos de fama” por que não demonstrar com exemplos daquilo que algumas pessoas fizeram. E assim foi. Sobre ter gerado descontentamento e ganho inimigos, terem-se virado contra mim, nada disso aconteceu!

Como um é pouco, surgiu mais tarde com o "Manual VIP". Que diferença há entre o primeiro e o segundo?
Após o sucesso de vendas alcançado com o primeiro, eu e a editora decidimos avançar com um segundo. Se o Manual para Alpinistas ensinava a ficar famoso, dava todas as dicas, contava todos os segredos para que qualquer pessoa pudesse um dia aparecer numa revista, o Manual VIP (Vagamente Íntimos dos Porteiros) ensinava a manter-se nos media. Pois o pior que pode acontecer a um VIP é o denominado “enterro social”. Aqui também dava exemplos concretos. Narrava o que algumas das mais mediáticas figuras têm feito ao longo dos anos para não serem olvidadas.

O prefácio deste livro foi assinado pelo meu querido Herman José. O que testemunha que os verdadeiros VIP, as figuras públicas de primeiro escalão, aqueles que são famosos porque trabalham e não trabalham porque são famosos, concordaram com tudo o que descrevi no livro anterior.


O seu tom irónico e a forma directa como "atinge" os pseudo - famosos Portugueses, levanta alguns ódios e dissabores. Não tem receio ou medos? Como lida com esse "ódio" que alguns têm contra si?
Prefiro morrer de pé a ter que passar a vida de joelhos. E quando aceitei fazer o que faço hoje tive que desprender-me de qualquer medo e ou receio. Em relação aos ódios, não sinto que os tenha. Pelo menos nunca alguém teve a coragem de mo dizer na cara. Pois sabem que às vezes acrescento, mas nunca invento.

Quem tem acompanhado o meu percurso, o meu trabalho, sabe perfeitamente que sou o mais imparcial dos comentadores. O que cogito, o que penso digo. É esse o segredo para ser-se um bom ou mau cronista em qualquer parte do mundo. Há que fazer opções e se decide sê-lo há que ser frontal e imparcial.

Na altura, houve uma ou duas figuras que vieram a público manifestar-se contra a minha opinião mas que não passou de uma manobra para serem falados. Afinal, não são mais do que aquilo que pensam ser e não terão outra oportunidade de ser referenciados num livro. São as figuras públicas de terceiro escalão, aqueles que sobrevivem de ir a festas, de romances forjados, de enredos, uma punhado de cobardes que nunca discordam de ninguém, que nunca proferem frente a frente aquilo que sentem com receio que os outros (os alpinistas mor) os deixem de convidar para as festas da brigada do croquete.

No programa "Você na TV" da TVI tem uma rubrica chamada "Dizem Elas e Ele" que partilha com Cinha Jardim e Lili Caneças. Como está a ser a experiência?
Muito boa. Não é a primeira vez que me colocam esta questão e respondo sempre da mesma maneira. Pode parecer demagogia, mas é muito gratificante a experiência de fazer parte da equipa que produz o programa, é muito gratificante ouvir as pessoas na rua dizer ‘você é dos nossos’.

A produção do programa, o público que nos assiste, são uma família que me acolheu de braços abertos, que tem uma paciência enorme para me aturar e que, ao contrário da Lili e da Cinha, falam e compreendem a minha linguagem: a do povo!

Vivemos num país onde falar dos outros parece ser o "pão-nosso de cada dia", mas poucos o admitem fazer. Não se sente incomodado que o vejam como "o homem que fala da vida dos outros"?
Vivemos num país onde prolifera a inveja. Onde há muita gente que fala por malvadez, por pura cobiça. Não é o meu caso. Limito-me a dar a minha despretensiosa opinião pessoal sobre aquilo que os denominados VIP dizem e fazem para os media. Estou sempre fundamentado, jamais irei comentar uma situação que seja sem ter conhecimento de causa, sem ter confrontado os intervenientes.

Há comentadores de política, de economia, de desporto, porque é que os de sociedade são encarados como “as más-línguas”?
São muito poucas as pessoas e os VIP que me conhecem na realidade, que conhecem o verdadeiro Flávio, que alguma vez entraram em minha casa, que considero amigos. Alguns desses poucos sempre souberam quem eu era, outros conheceram-me já nesta fase pós livros e dizem-me sempre “tu e o comentador não são a mesma pessoa”. E não somos mesmo. O Flávio está-se nas tintas para quem casa e descasa, para quem trai e ou é traído, para o que as pessoas vestem ou deixam de vestir para ir a uma festa. O Flávio respeita toda a gente, todas as formas de estar, opiniões, sem nunca fugir às suas normas e valores.

Para si ser Famoso é...
(em Portugal) para algumas pessoas tão importante como respirar!

O que gostava de fazer em televisão?
Um programa de entrevista, de análise sobre o social onde pudesse confrontar os protagonistas das histórias que marcam a semana.

Que personalidade Portuguesa gostaria de entrevistar?
José Sócrates, como gostava!

Maior sonho...
Chegar ao fim da vida e sentir que fui um bom filho, amigo, amante.

Maior pesadelo...
A actual realidade social e económica do nosso país.

Por último: como é a abordagem das pessoas na rua? O que lhe dizem? Já viveu alguma cena caricata que nos possa contar?
Todas as pessoas me abordam com muita ternura e por vezes deixam-me intimidado com os elogios que me dirigem. O mais caricato… aperceber-me todos os dias, cada vez mais, que a visibilidade torna as pessoas apetecíveis. Que há gente que vê unicamente com os olhos ao invés de olhar com o coração. Que é difícil perceber quem se apaixona pelo ‘actor’ ou pelo ‘personagem’.

Muito obrigado Flávio pela simpatia e disponibilidade. Tenho a certeza que os visitantes do MAIS TVI estarão contentes por ler as suas respostas às perguntas que todos fazemos!
Disponham sempre...Cumprimentos a todos e Parabéns à equipa!